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15 novembro 2011

Quebrantado pelo Oleiro

Acredito que quem já foi quebrantado pelo Oleiro entenderá melhor o conteúdo deste texto.


Quebrantado pelo Oleiro

                Sinto-me barro quebrantado pelo Oleiro supremo.
Quebrantado não somente no coração, mas também em minha mente, em minha razão e em meu entendimento.
Ser quebrantado, segundo o significado bíblico, remete a uma posição de humildade, dependência e obediência à vontade soberana de Deus.
O Oleiro molda o barro, porém, antes da modelagem que dá forma ao vaso, o barro precisa ser amassado, batido, ou quebrantado, para expulsar as bolhas de ar ou imperfeições do barro. Em seguida, o calor que a graça do Espírito Santo do Oleiro transmite ao forno cerâmico dá resistência ao barro, fazendo com que a sua forma de vaso seja resistente e duradoura. Agora, a vez de dar acabamento ao vaso de barro, lixando-o, tirando-lhe algumas rebarbas, e pintando-o com um verniz translúcido e transparente, apenas para conservá-lo das intempéries da jornada, e nunca para mascarar nem esconder a sua base sólida de barro humilde.
Este vaso sempre está em eterno aprimoramento e recozimento no forno alimentado pela energia calorosa do Espírito Santo. Sendo um vaso atento e obediente, ele busca se parecer cada vez mais com o vaso perfeito, que possui acabamentos em madeira e carpintaria, e que redimiu todos os vasos da face do planeta de barro, recuperando-os do afastamento que experimentavam do seu Oleiro. E o barro deve cumprir o seu propósito de vaso, desfrutando do amor do seu Oleiro, e se esforçando para servir tanto de molde para a feitura de novos vasos, quanto de meio de transporte da água usada para amassar novos barros.
Após cumprir sua trajetória de vaso, seguindo as normas escritas em hebraico e em grego no manual do Oleiro, o vaso pode descansar por toda a eternidade. Neste ponto, o seu barro se transforma e ele segue para a prateleira superior dos vasos prontos para ganhar as alturas, como se fosse mais leve do que o próprio pelo do pincel que o envernizou.