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24 setembro 2013

Aprendizado piedoso 74

"O Trono"

Ó DEUS DO MEU DELEITE,
Teu trono de graça é a base do prazer da minha alma.
Aqui obtenho misericórdia em tempo de necessidade,
aqui vejo o sorriso da tua face reconciliada,
aqui profiro alegremente o nome de Jesus,
aqui afio a espada do Espírito,
cinjo a couraça da fé,
ponho o capacete da salvação,
colho o maná da tua palavra,
sou fortalecido em cada conflito,
jamais esquivando-me da batalha,
capacitado a vencer cada inimigo;
Ajuda-me a vir a Cristo
como a principal fonte de onde as bênçãos procedem,
como a larga porta aberta para um dilúvio de misericórdia.
Espanta-me minha insensata tolice,
que com tão ricos favores a meu alcance
eu seja lento para estender a mão e tomá-los.
Tem misericórdia do meu estado mortal em razão do teu nome.
Estimula-me, revolve-me, enche-me com santo zelo.
Fortalece-me para que eu possa me apegar a ti e não te deixa ir embora.
Que teu Espírito modele dentro em mim todas as bênçãos da tua mão.
Quando eu não avanço, retrocedo.
Faz-me andar humildemente por causa do bem omitido e do mal cometido.
Imprime sobre minha mente a brevidade do tempo,
a obra na qual se engajar,
a conta a ser prestada,
a proximidade da eternidade,
o temível pecado de desprezar teu Espírito.
Que eu nunca esqueça que teus olhos sempre vêem,
teus ouvidos sempre ouvem,
tua mão registradora sempre escreve.
Que eu nunca te dê descanso até que Cristo seja o pulsar do meu coração;
aquele que fala pelos meus lábios, a lâmpada dos meus pés.

Extraído de: The Valley of Vision: A Collection of Puritan Prayers & Devotions, editado por Arthur Bennett. Tradução: Márcio Santana Sobrinho.
Fonte: monergismo.com

17 setembro 2013

Institutas 12

“Também é por uma razão muito válida que Agostinho responde que jamais nesta carne renderemos a Deus o legítimo amor que a Ele devemos. O amor, diz, deriva de tal modo do conhecimento que não pode amar perfeitamente a Deus quem antes não tenha conhecida sua bondade em plenitude. Enquanto peregrinamos no mundo, enxergamos por um espelho e em enigmas: portanto, conclui-se ser imperfeito o nosso amor [Agostinho, Sobre o espírito e a letra].”
(João Calvino, Livro 2, Capítulo VII, parágrafo 5)

“... Donde se faz mais afetuosa a graça de Deus, que nos socorre sem o subsídio da Lei, e mais amável Sua misericórdia, que a ela nos confere, pela qual aprendemos que Ele jamais se fatiga de nos abençoar e cumular com novos bens.”
(João Calvino, Livro 2, Capítulo VII, parágrafo 7)

“... O apóstolo atesta como certo estarmos condenados pelo juízo da Lei, pelo qual toda boca se cala e o mundo inteiro se mostra sujeitado a Deus [Romanos 3:19]. Ensina ainda o apóstolo em outra passagem: que Deus encerra a todos sob a incredulidade, não para perder ou consentir que todos pereçam, mas para que tenha misericórdia de todos [Romanos 11:32], mas para que, abandonada uma insensata confiança em sua força, entendam ser mantidos e firmados unicamente pela mão de Deus, para que se refugiem, nus e vazios, à sua misericórdia, reclinando-se completamente nela, cravando-se nela arrependidos, tomando unicamente a ela pela justiça e pelos méritos, a qual é exposta em Cristo para todos aqueles que, por uma fé verdadeira, tanto a reclamam como esperam. E assim é que, nos preceitos da Lei, Deus é não só o remunerados da perfeita justiça, da qual somos todos destituídos, como também, em contrapartida, o juiz severo dos crimes. Mas, no Cristo, sua face plena de graça e de doçura reluz também diante dos miseráveis e indignos pecadores.”
(João Calvino, Livro 2, Capítulo VII, parágrafo 8)

“Agostinho muitas vezes trata do bom êxito para que se implore a graça do auxílio, como quando escreve a Hilário: ‘A Lei nos obriga a, empenhados em fazer as obrigações e fatigados em nossa fraqueza sob a Lei, aprender a reclamar o socorro da graça’ [Agostinho, Ep. 157, c.9, PL 33, 677]. Igualmente a Asélico: ‘A utilidade da Lei é que o homem se convença de sua fraqueza e seja compelido a implorar o remédio da graça, que está em Cristo’ [Agostinho, Ep. 196, c.2, PL 33, 893]. Também a Inocêncio Romano: ‘A lei obriga; a graça subministra as forças para a ação’ [Agostinho, Ep. 177, PL 33, 766]. E a Valentino: ‘Deus obriga aquilo que não podemos para aprendermos o que devemos pedir d’Ele’ [Agostinho, De gratia et libero arbitrio, C.16, PL 44, 900]. E ainda: ‘A lei vos foi dada para tornar-vos réus; tornados réus, temereis; tementes, pedireis a indulgência – não sereis presunçosos sobre vossas forças’ [Agostinho, Comentário ao salmo 70, PL 36, 889]. Igualmente: ‘A lei foi dada para que, do grande, se fizesse o pequeno; para demonstrar que não tiveste por ti forças para a justiça, e assim, indigente, indigno e carente, te refugiaste na graça’. Depois, dirige a palavra a Deus: ‘Faz assim, ó Senhor misericordioso: ordena o que não possa ser cumprido, ou melhor, ordena o que não possa ser cumprido senão pela tua graça, para que, quando os homens não forem capazes de cumpri-lo por suas forças, toda a boca seja calada e ninguém veja a si como grande. Que todos sejam pequenos, e que o mundo inteiro seja feito réu diante de Deus’ [Agostinho, Comentário ao salmo 118, PL 37, 1581].”
(João Calvino, Livro 2, Capítulo VII, parágrafo 9)

“... Assim, não penetrou em tal estado de sabedoria ninguém que não pudesse, pelo aprendizado cotidiano da Lei, fazer progresso no conhecimento mais puro da vontade divina. Depois, como não carecemos apenas de doutrina, mas também de exortação, o servo de Deus também toma esta utilidade desde a Lei: ser estimulado, pela meditação frequente dela, para a submissão, e com isso se fortalecer e retrair de cair em falta.
... Ora, aqui proclama o profeta com quanta utilidade o Senhor ilustrava com os ensinamentos da Lei àqueles aos quais inspirava interiormente com a prontidão da submissão, e não aponta apenas os preceitos, mas, pelas ações realizadas, a promessa anexa da graça, a única que faz o amargo tornar-se doce.”
(João Calvino, Livro 2, Capítulo VII, parágrafo 12)

13 setembro 2013

Institutas 11

"...com efeito, quem tem tamanha falta de juízo para pensar que o movimento do homem em nada difere do lançamento da pedra? [Cf. Cochlaeus, De libero arbitiro, I, B1a; C8bs] ...Razão pela qual Agostinho diz: 'Tu me dizes, então, que somos agitados, não agimos. Pelo contrário: tu ages e serás agitado; donde ages bem se agires desde o bem. O Espírito de Deus que age em ti é adjutor para os agentes. Prescreve o nome de adjutor para que, também tu, ajas de algum modo' [Agostinho, Sermões, 156, C.11, PL 38, 855s]."
(João Calvino, Livro 2, Capítulo V, parágrafo 14)

"E assim parece que a graça de Deus (como esse nome é tomado quando se fala da regeneração) seja a regra do Espírito para dirigir e moderar a vontade do homem. Não pode moderar sem que corrija, reforme, renove (pelo que dizemos que o princípio de regeneração seja abolir o que há de nosso) e sem, ao mesmo tempo, mover, agir, impelir, levar, manter. Donde podemos inferir que, com certeza, sejam d'Ele todas as ações que daí emanam. Paralelamente, não negamos que seja muito verdadeiro o que ensina Agostinho: que a vontade não seja destruída pela graça, mas, antes, por ela reparada [Agostinho, Sobre a graça e o livre-arbítrio, C.20, 41, PL 44, 905]."
(João Calvino, Livro 2, Capítulo V, parágrafo 15)

"...Assim, vem ao espírito aquela citação de Paulo: 'Visto como, na sabedoria de Deus, o mundo não conheceu a Deus por sua própria sabedoria, aprouve a Deus salvar os crentes pela loucura da pregação' [1Co 1:21]. Ele chama de sabedoria de Deus este magnífico espetáculo do céu e da terra, indicado por inúmeros milagres, de cuja visão sabiamente chegava a conhecer a Deus, mas porque progredimos tão mal daí, nos chama para a fé em Cristo, que sob a imagem de loucura é o fastio do incrédulo. Por conseguinte, ainda que o intelecto humano não responda à pregação da cruz, é preciso entretanto que a abrace com humildade, se desejamos voltar a Deus, nosso criador e autor, de quem estamos afastados, para que comece novamente a ser um pai para nós."
(João Calvino, Livro 2, Capítulo VI, parágrafo 1)

"...Neste sentido, Irineu escreve que o Pai, que é imenso, seja finito no Filho, porque se acomodou ao nosso modo, para que não absorva nossa mente pela imensidão de sua glória [Irineu, Adv. haer., IV, 4,2,ed. Stieren, p.568]."
(João Calvino, Livro 2, Capítulo VI, parágrafo 4)

08 setembro 2013

Ouse crer

Apesar de não ser um especialista em etimologia, o estudo e a busca pela origem de algumas palavras tem se mostrado uma maneira interessante e, às vezes, até curiosa de compreender alguns conceitos importantes.
Ao refletir sobre o conceito de coragem, sendo esta uma característica cristã imprescindível, podemos conhecer alguns fatos curiosos sobre as palavras relacionadas a este tema, segundo a análise dos especialistas na origem das palavras.
A palavra “coragem” parece vir do latim “cor”, que significa “coração”, fazendo referência à metáfora típica para a força interior.
Na tentativa de definir também o oposto, ou seja, a “falta de coragem”, pode-se notar que a origem da palavra “pusilanimidade”, por exemplo, na forma do adjetivo “pusilânime”, vem do latim “pusillanimis”, que parece ser uma contração de “pusillis”+”animus”. A palavra “pusillis” significa “muito fraco ou pequeno”, e é um diminutivo de “pullus” (“animal jovem”), enquanto “animus” pode significar “espírito, coragem, alma racional ou mente”.
Um possível sinônimo para “coragem” poderia ser a palavra “intrepidez”. Na forma de adjetivo “intrépido”, é proveniente do latim “intrepidus”, que parece ser uma combinação de “in” (prefixo de negação) + “trepidus” (que significa “alarmado”). Em latim, a palavra para “trepidação” é “trepidationem”, que significa “agitação, alarme ou tremulação”. Portanto, a interpretação para o termo “intrepidus” poderia ser aquele que não tremula, ou que não fica alarmado. Outros sinônimos possíveis para “coragem” seriam as palavras “ousadia” e “audácia”, que por sua vez, parece ser proveniente do latim “audacia”. Na forma infinitiva do verbo (“audere”, em latim), parece ter o significado do verbo “ousar”, que na língua inglesa poderia ser traduzido como “to dare”.
No texto neotestamentário, segundo o léxico grego, a palavra “parrhesia” (número Strong: 3954) é usada no sentido de “ousadia”, “confiança livre e destemida”, “coragem entusiástica”, “liberdade e franqueza ao falar”, ou, “segurança (no sentido de certeza)”.
A palavra “parrhesia” foi usada, por exemplo, ao descrever a intrepidez de Pedro e João perante o Sinédrio (Atos 4:13), e na oração da igreja pedindo por intrepidez para anunciar a Palavra de Deus (Atos 4:29-31). No final do livro de Atos dos Apóstolos, a palavra “parrhesia” é usada para descrever a forma intrépida como o apóstolo Paulo pregava as coisas referentes ao Reino de Deus e ao Senhor Jesus Cristo (Atos 28:31).
O próprio apóstolo Paulo usa esta palavra, deixando clara a sua ousadia e franqueza ao escrever para os coríntios (2 Coríntios 3:12; 7:4). Novamente, falando agora aos efésios, o apóstolo usa a mesma palavra para dizer que a sua ousadia e confiança é proveniente da fé em Cristo Jesus (Efésios 3:8-12; 6:19-20). Quando escreve aos filipenses, Paulo também fala da sua ousadia por causa de Cristo (Filipenses 1:20).
O autor da carta aos hebreus, também usando a palavra “parrhesia”, torna lúcido e transparente o privilégio de acesso dos crentes à presença de Deus, ao escrever: “Tendo, pois, irmãos, intrepidez para entrar no Santo dos Santos, pelo sangue de Jesus, pelo novo e vivo caminho que ele nos consagrou pelo véu, isto é, pela sua carne, e tendo grande sacerdote sobre a casa de Deus” (Hebreus 10:19-21). Mais adiante, no mesmo capítulo, o autor aos hebreus usa a mesma palavra “parrhesia”, porém agora com o significado de “confiança” (Hebreus, 10:35-36). 
No capítulo quarto da carta aos hebreus, o autor usa a palavra “parrhesia” para descrever a confiança destemida que os cristãos devem ter para se aproximar de Jesus Cristo, o sumo sacerdote: “Tendo, pois, a Jesus, o Filho de Deus, como grande sumo sacerdote que penetrou os céus, conservemos firmes a nossa confissão. Porque não temos sumo sacerdote que não possa compadecer-se das nossas fraquezas; antes, foi ele tentado em todas as coisas, à nossa semelhança, mas sem pecado. Acheguemo-nos, portanto, confiadamente (“parrhesia”), junto ao trono da graça, a fim de recebermos misericórdia e acharmos graça para socorro em ocasião oportuna” (Hebreus 4:14-16).
Ouse crer no Evangelho da Graça...
Ouse crer na promessa da misericórdia e do socorro oportuno...
Ouse crer em Jesus Cristo, o Redentor.
Graças Te damos, Deus Vivo e Eterno, pela ousadia que nos concede através do teu Santo Espírito transformador, que é capaz de promover a mudança da condição de pusilanimidade para o esplendor da ousadia embasada nas promessas de um Salvador justo, poderoso e soberano, o Sumo Sacerdote que derramou o seu sangue por nós naquela cruz do Calvário, levando sobre Si os nossos pecados e a nossa culpa.
Em nome dEle, agradecemos com o júbilo acanhado de um coração submisso e com a certeza ousada (“parrhesia”) da compreensão clara de uma mente humilde diante da Tua excelsa e alvissareira Sabedoria. Amém.


07 setembro 2013

Aprendizado piedoso 73

Seguem abaixo as palavras de C.S. Lewis, em carta para o seu irmão Warren, que se encontrava em Changai, no ano de 1931:

"Quando me pede para orar por você, eu não sei se está levando a sério, mas a resposta é sim, eu oro. Pode não fazer-lhe nenhum bem, mas me faz muito, pois não posso pedir qualquer mudança a ser feita em você, sem a constatação de que o mesmo tem de ser feito em mim, o que me puxa também, colocando todos nós no mesmo barco..."

O original pode ser encontrado, em inglês, aqui.

Aprendizado piedoso 72

C.S. Lewis encontrou este poema abaixo em um velho caderno de notas, cujo autor é desconhecido. Ele trabalhou em cima deste texto várias vezes e o citou em cartas, como uma maneira de descrever suas crescentes convicções sobre o significado da oração em sua vida. Lewis achou mais adequado dar o nome "solilóquio" ao poema, ao invés de "sonho":

"Eles me dizem, Senhor, que quando eu pareço
Estar falando contigo,
Como apenas uma voz é ouvida, é tudo um sonho
Um orador imitando dois.

Algumas vezes é isto mesmo, embora não como eles
Imaginam; Em vez disso, eu
Busco em mim as coisas que eu esperaria dizer
E eis que! Minhas fontes estão secas.

Então, vendo-me vazio, você abandona
O papel de ouvinte e através
Dos meus lábios mudos sopra e acorda-os proferindo
Os pensamentos que eu jamais conheci.

E, desta forma, você nem precisa responder
Tampouco é possível; Assim, enquanto nós parecemos
Dois falantes, Tu és Um sempre, e eu sou
Não um sonhador, mas o Teu sonho."

(C.S. Lewis, "Letters to Malcolm", "Poems")
O original pode ser encontrado, em inglês, aqui.

03 setembro 2013

Imprescindível erudito

A palavra “imprescindível” representa o oposto de “prescindível”. Esta palavra (“prescindível”), por sua vez, está relacionada ao que “prescinde”, ou que “não depende de”, que “dispensa” ou “recusa”. Os especialistas em etimologia afirmam que a forma infinitiva do verbo (“prescindir”) tem origem no latim clássico, “praescindere”, que é uma combinação de “prea” (“pré”) + “scindere” (“dividir”, “cortar”, “separar”, “clivar” ou “rasgar”). Parece então que o significado da palavra “praescindere” é algo do tipo “pré-separado” ou “pré-dividido”, isto é, dando a entender que o indivíduo que “prescinde” (“não depende”) de algo, está “pré-separado” (“previamente separado”) deste algo. A título de ilustração, o tronco da palavra latina “scindere” também parece dar origem à palavra “scissors” na língua inglesa, que significa “tesoura”, ou seja, um objeto usado para “cortar” ou “dividir”.
Por outro lado, a palavra “erudito” parece ser proveniente do latim “eruditus”. Os etimologistas dizem que a forma infinitiva do verbo (“erudir”), que significa “ensinar”, “educar” ou “instruir”, tem origem do latim “erudire”, que é uma combinação de “ex” + “rudis” (“inculto”, “iletrado” ou “rude”). Em outras palavras, o “erudito”, em latim, significaria aquele que, um dia, já foi rude ou inculto, ou seja, que é um “ex-rude”, ou um “ex-inculto”.
Neste contexto, talvez possa acontecer que algum erudito, tendo recebido o chamado de Cristo através do Evangelho da Cruz, acredite que a sua erudição é imprescindível para o reino de Deus e para o avanço do cristianismo e, portanto, por isso teria sido chamado pelo próprio Senhor Deus, que resolveu aproveitar a erudição e o conhecimento deste ser humano.
Com o tempo, perseverando na piedade cristã, este imprescindível erudito pode ser convencido de que Jesus Cristo, a verdadeira “Sabedoria de Deus” (1 Coríntios 1:24), é que de fato é imprescindível em sua vida...
Louvado seja o Senhor Jesus Cristo por Sua obra de restauração e redenção! Amém.

“Onde está o sábio? Onde, o escriba? Onde, o inquiridor deste século? Porventura, não tornou Deus louca a sabedoria do mundo?
Visto como, na sabedoria de Deus, o mundo não o conheceu por sua própria sabedoria, aprouve a Deus salvar os que crêem pela loucura da pregação.
Porque tanto os judeus pedem sinais, como os gregos buscam sabedoria; mas nós pregamos a Cristo crucificado, escândalo para os judeus, loucura para os gentios; mas para os que foram chamados, tanto judeus como gregos, pregamos a Cristo, poder de Deus e sabedoria de Deus.
Porque a loucura de Deus é mais sábia do que os homens; e a fraqueza de Deus é mais forte do que os homens.
Irmãos, reparai, pois, na vossa vocação; visto que não foram chamados muitos sábios segundo a carne, nem muitos poderosos, nem muitos de nobre nascimento; pelo contrário, Deus escolheu as coisas loucas do mundo para envergonhar os sábios e escolheu as coisas fracas do mundo para envergonhar as fortes; e Deus escolheu as coisas humildes do mundo, e as desprezadas, e aquelas que não são, para reduzir a nada as que são; a fim de que ninguém se vanglorie na presença de Deus.
Mas vós sois dele, em Cristo Jesus, o qual se nos tornou, da parte de Deus, sabedoria, e justiça, e santificação, e redenção, para que, como está escrito: Aquele que se gloria, glorie-se no Senhor.” 
(1 Coríntios 1:20-31)


Aprendizado piedoso 71

Na noite do dia 23 de novembro de 1654, entre as dez e meia e a meia-noite e meia, o matemático e filósofo francês Blaise Pascal, aos 31 anos de idade, parece ter tido uma experiência marcante sobre a qual ele nunca mencionou a ninguém. Um texto foi registrado em um pedaço de papel, conhecido como "memorial", e foi mantido costurado em seu casaco, de onde o seu empregado somente o retirou após a sua morte. Um trecho deste “memorial” pode ser encontrado abaixo, onde foram acrescentadas as referências para as citações bíblicas.