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29 julho 2014

Aprendizado piedoso 87

Transcrição de um trecho do sermão "John Owen e a Comunhão com Deus", ministrado pelo Dr. Joel Beeke, no Simpósio OsPuritanos 2014, em Maragogi-Al:

“O amor do Pai é diferente do nosso amor. Mesmo o nosso amor espiritual por Ele. Nós precisamos do amor dEle, mas Ele não precisa de nós. Owen dizia que Deus está infinitamente satisfeito nEle mesmo. Ele não tem necessidade que outros O amem, porque Ele ama o seu Filho de forma suprema. Então o Pai não nos ama por solidão ou necessidade, mas Ele nos ama por tem um superdesfrutamento no Seu Filho. Esse amor vem da Sua suficiência abundante.
Deixe-me citar um exemplo: se um casal tem um casamento maravilhoso, eles têm tanto amor um pelo outro, que não precisam de outras pessoas tanto assim. Mas, assim mesmo, eles precisam de outras pessoas, porque este amor transborda do seu próprio casamento e eles querem derramar este amor nos outros. O amor é uma qualidade especial. Nós não ficamos mais pobres, mas ficamos mais ricos quando doamos o amor. Então o amor do Pai não é um amor de pobreza, mas um amor de doação, de liberalidade. O amor de Deus extravasa (transborda, derrama, alaga, inunda) de Deus. Nosso amor é um amor de obrigação. Somos criados para amar a Deus. É a nossa tarefa amar à Deus.
Então, Owen coloca da seguinte forma: o amor do Pai é um amor antecedente, pois sempre vem primeiro. O nosso amor é um amor consequente, que acontece em resposta ao amor do Pai. Então nós começamos a conhecer o Pai quando compreendemos o Seu amor, abraçamos este amor e respondemos a este amor. O apóstolo João disse ‘nós O amamos porque Ele primeiro nos amou’. E o apóstolo Paulo usa o exemplo do relacionamento entre marido e esposa, comparando com o relacionamento entre Cristo e a Igreja. Como um marido ama a sua esposa e a esposa responde a este amor, assim também é a nossa relação com o Pai, através do Filho...
... Owen exemplifica da seguinte maneira: ‘nós devemos mostrar resposta adequadas de amor ao amor do Pai, através do Filho’. Ele compara isto à luz do sol. Pense no sol como um símbolo do Pai, então pense nos raios do sol vindo até nós como o Filho. Owen dizia ‘Deus é o sol e ele, com seus raios, derrama Seu amor sobre nós, através do Filho’, para que possamos desfrutar deste calor do amor do Pai, responder a este amor e confiar as nossas almas a este amor, com a persuasão adequada de que Ele é um Deus Pai bondoso. Então, quando temos comunhão com o Pai através do Filho, este amor de resposta inclui quatro coisas:
1) nós descansamos no amor do Pai;
2) nós temos deleite no amor do Pai;
3) nós temos reverência pelo amor do Pai;
4) nós respondemos em obediência ao amor do Pai.
E o Pai se alegra em receber este amor em resposta ao Seu amor.
Há momentos em nossas vidas em que encontramos obstáculos para amar a Deus. Temos de aflição. Temos de mistério. Tempos de apostasia. O que devemos fazer nestes momentos.
Owen diz que devemos fazer quatro coisas:
1) nós nunca devemos inverter a estrutura do amor. Deus sempre nos ama primeiro.
2) nós nunca devemos nos esquecer da imutabilidade do amor do Pai. Apesar dEle se desagradar com o seu pecado, Ele não vai te renegar como filho.
3) nós devemos nos lembrar da cruz. Ela é um sinal e um selo do amor de Deus, e a segurança de que ele nos ama.
4) nós devemos lembrar o quanto agrada a Deus quando respondemos em amor, mesmo quando não entendemos os Seus misteriosos caminhos em relação à nós.
Owen e os outros puritanos acreditavam nesta questão: de que quando nós andamos por fé, e não por visão, e nós confiamos em Deus no meio da aflição e da escuridão, nós honramos mais a Deus do que quando estamos atravessando momentos de maravilhosas experiências espirituais. Então, você responde ao amor do Pai, com amor. E, através desse relacionamento mútuo de amor, ao passar dos anos, a comunhão com o Pai é mais e mais fortalecida, por meio do Filho."



(O trecho da transcrição começa à partir de 24 minutos e 45 segundos - 24:45)

Link direto para o áudio aqui.